O que Nilda e Kátia não querem que você saiba.

Nilda guarda R$ 70 mil em casa e não esclarece a origem do dinheiro

Valor é ainda 23 vezes maior do que o declarado pela candidata em 2022, quando disputou uma cadeira para Deputada Federal

O valor está especificado na declaração de bens da candidata, no sistema de registro de candidaturas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A candidata a prefeita de Parnamirim, Professora Nilda Cruz, declarou que, entre os R$ 389.425,38 de patrimônio, R$ 70 mil são dinheiro em espécie.

O valor chama ainda mais atenção quando comparado à declaração de bens realizada em 2022, quando Nilda foi candidata a deputada federal. Naquele ano, ela informou patrimônio de R$ 322.795,23, mas tinha R$ 3.000 em espécie.

A reportagem do Diário do RN entrou em contato para informações sobre a origem dos valores, o crescimento nos últimos dois anos e por qual motivo reserva o dinheiro em espécie, em vez de utilizar uma instituição bancária. Nem a candidata, nem a assessoria de comunicação responderam os questionamentos, apesar da visualização das mensagens.

Em 2024, entre o patrimônio declarado, Nilda especificou, além dos R$ 70 mil em espécie na moeda nacional, um veículo Hyundai Creta ano 2021, de R$ 103 mil; uma casa na Rua Jovino Pereira da Silva, bairro Vale do Sol, em Parnamirim, por R$ 200 mil; e saldo em conta corrente no valor de R$ 16.425,38.

Há dois anos, em 2022, quando colocou seu nome a deputada federal sem sucesso, Nilda declarou praticamente os mesmos bens, mas com diferenças em relação a saldos bancários. Além do mesmo veículo e da casa, há dois anos ela afirmou um saldo total de R$ 1.223,23 em três contas correntes, além do salário a receber no valor de R$ 13.600.

A professora, que fazia parte dos quadros de servidores da Educação Pública Estadual está aposentada desde junho de 2022. A aposentadoria tem o valor líquido de R$ 6.218,94 em julho de 2024, conforme dados do Portal da Transparência do Estado, o que não esclarece o crescimento dos valores guardados em espécie pela candidata a prefeita.

Olha só quem está ao lado delas:

José Agripino

Cacique Político potiguar da família Maia. De família tradicional e influente, entrou para a vida pública por indicação biônica assumindo como prefeito de Natal sem eleição, apenas por ser primo do governador do Estado na época, Lavoisier Maia. Na época não havia legislação proibindo o nepotismo. Depois disso, Agripino fez Carreira na política do Rio Grande do Norte e chegou ao Senado com projeção nacional. Em 2018, já desgastado e ciente que não seria reeleito senador, disputou a vaga de deputado federal deixada pelo filho Felipe Maia e perdeu a eleição, ficando apenas na segunda suplência. O povo decidiu aposentá-lo da política.

Garibaldi Filho

Cacique Político potiguar da família Alves. Membro de uma das famílias mais influentes do Rio Grande do Norte, Garibaldi é sobrinho do Ex-ministro e governador Aluízio Alves, primo do ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves e do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, e pai do vice-governador do Rio Grande do Norte Walter Alves. Eles há décadas dominam a política do Rio Grande do Norte e são destaque também no cenário nacional, mas nunca conseguiram tirar o RN do atraso. No Governo Dilma Roussef (PT), Garibaldi foi ministro da previdência. Nas últimas duas eleições que concorreu, uma em 2018 para o Senado, e outra em 2022 para deputado federal, não conseguiu votos suficientes e perdeu as disputas.

Walter Alves

Filho de Garibaldi, Walter Alves assumiu o comando do MDB RN que sempre foi dos Alves. Waltinho é a prova da tradição do Rio Grande do Norte da política passada de pai para filho. Aliado ao PT, ele é vice-governador de Fátima Bezerra e sonha em ser seu sucessor em 2026 com apoio dela e de Lula. Walter Alves rompeu politicamente com o primo Henrique Alves, um dos fundadores do partido junto com o pai Aluízio Alves. A briga familiar e política fez com que Henrique tivesse que deixar o MDB, que segue sob o comando de Walter.

Zenaide Maia

Senadora da base de Lula e aliada de Fátima Bezerra, Zenaide entrou para a política pelas mãos do marido o ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado. Sempre aliada da presidente Dilma Roussef e do PT, a senadora votou contra o impeachment de Dilma. Na tramitação do PL que aumenta a pena para o crime de aborto após o sexto mês de gravidez, a senadora se posicionou contra o projeto.

Kleber Rodrigues

Mais um filho de político que decidiu entrar para a vida pública. Kleber é deputado estadual e filho de Severino Rodrigues, ex-prefeito de Monte Alegre. Aliado da governadora Fátima Bezerra (PT), integra a base de sustentação do Governo do Estado na Assembleia Legislativa e no projeto de aumento da alíquota do ICMS votou contra o povo e a favor do Governo para aumentar o tributo. Nas eleições deste ano, além de atuar para manter o controle político em Monte Alegre, a família do deputado quer ampliar seu poder em outras cidades com o pai disputado em São José de Mipibu e a esposa do deputado em Macaíba.

Acúmulo de cargos e doação suspeita de terreno - INVESTIGADA

Kátia Pires é investigada pelo TCE-RN por acúmulo de cargos e doação suspeita de terreno

Possíveis irregularidades na doação de um terreno à vice-prefeita de Parnamirim, Kátia Pires (UB), ex-vereadora e pré-candidata a prefeita, no ano 2000, em uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) voltaram a ser assunto nas redes sociais. O terreno situado na rua Maria Dolores, “lado par”, no loteamento Parque Vale do Pitimbu, foi doado pelo então prefeito Raimundo Marciano de Freitas, através do Decreto Municipal nº 4733/2000, que regulamentou uma fração de 170 m² do imóvel à então vereadora.

A ação também consta o acúmulo de funções de Kátia, que “possui vínculos com a Prefeitura Municipal de Natal e a Câmara Municipal de Parnamirim”.

O processo do TCE nº 300.643/2021-TC, relatado pela conselheira Maria Adélia Sales, trata de denúncia apresentada por Roberval Amaral da Silva, em desfavor da Prefeitura Municipal de Parnamirim, a respeito de possível irregularidade em doações de bens públicos “a pessoas com grande influência política local”. A acusação sugere que não houve interesse público nos atos de doação e que alguns princípios constitucionais administrativos foram burlados nas respectivas doações.

Sobre o imóvel à atual pré-candidata a prefeita, o Tribunal de Contas solicitou, em 04 de fevereiro de 2022, esclarecimentos do ex-prefeito Marciano e do atual prefeito Rosano Taveira. Ao ex-gestor, pede documentos que comprovem com quais finalidade e interesse público os imóveis foram doados, sob quais critérios e “por qual razão fez uso da utilização dessa modalidade de alienação (doação) em detrimento da utilização da outorga de concessão do direito real de uso”.

Ao atual prefeito, requer apresentação todo e qualquer documento que ainda esteja sob a guarda da Prefeitura Municipal de Parnamirim referentes a estas doações “que auxiliem no conhecimento dessa causa”.

Uma certidão foi emitida em 30 de agosto de 2023, pelo 1º Ofício de Notas da cidade, atendendo a uma solicitação do Tribunal. O documento encaminhado ao TCE, assinado pelo Tabelião Eguiberto Lira do Vale, tem em anexo a Certidão de Inteiro Teor da matrícula nº 27407, do Livro de Registro Imobiliário, com dados sobre o registro do imóvel que foi doado.

No documento consta também dados do Ofício nº 12405001383-4636/05, de 4 de julho de 2005, expedido pela Primeira Vara Cível de Parnamirim, assinado pelo juiz substituto Dr José Undário Andrade, anexado à decisão de 27 de maio de 2005. A averbação relaciona o Ofício aos “Autos da Ação de Improbidade Administrativa com Pedido de Medida Liminar de Indisponibilidade de Bens”, movida pelo Ministério Público (MPRN), determinando que Kátia se abstenha de realizar a transmissão do imóvel “até ulterior deliberação do citado Juízo”.

Devolução de R$ 214 mil - CONDENADA

TRE-RN condena Carol Pires e determina devolução de R$ 214 mil aos cofres públicos

Contas desaprovadas, irregularidades no gasto de verbas dos fundos eleitoral e partidário. A vereadora de Parnamirim Carol Pires (União Brasil) foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte e terá que devolver mais de R$ 214 mil aos cofres públicos (exatamente R$ 214.490,65). O valor a ser devolvido corresponde a 16,2% do total movimentado pela campanha de Carol (R$ 1.316.774,53).

A decisão do TER ocorreu por unanimidade e foi relativa à campanha da atual vereadora para deputada federal nas eleições de 2022. Ela obteve 8.235 votos e ficou na 5ª suplência do União Brasil. Carol é filha da vice-prefeita Kátia Pires (União Brasil), que também é pré-candidata ao mesmo cargo nas eleições deste ano na chapa com Nilda.

A decisão do TRE-RN foi proferida no dia 16 de maio deste ano de 2024 e a condenação de Carol Pires ocorreu em razão de quatro irregularidades. São elas:

  • Não comprovação de despesas com locação de minitrio, no valor de R$ 30 mil;

  • Contratação de motorista com despesa acima do valor de mercado, com excedente de R$ 4.109,65;

  • Não detalhamento de despesas com militância, no valor de R$ 150 mil;

  • Duplicidade na contratação de gerenciamento de redes, no valor excedente de R$ 30.300,00.

O Coordenador: Maurício Marques

Ex-prefeito de Parnamirim, Maurício Marques é Ficha Suja e inelegível.

Ele já foi condenado por improbidade administrativa, o que resultou na suspensão de seus direitos políticos por cinco anos e na proibição de contratar com o poder público.

Além disso, enfrenta várias denúncias e processos relacionados à sua gestão. Maurício foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvio de recursos federais da educação entre 2013 e 2015, totalizando quase R$ 3 milhões.

A acusação envolve a inexigibilidade ilegal de licitação para a aquisição de brinquedos pedagógicos, resultando em contratos fraudulentos com empresas “parceiras”.

Já o Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovou suas contas de 2014 devido a diversas irregularidades, incluindo a não aplicação do percentual mínimo de 25% dos impostos em educação, conforme exigido pela Constituição.

Maurício Marques também foi condenado por improbidade administrativa, o que resultou na suspensão de seus direitos políticos por cinco anos e na proibição de contratar com o poder público .

TCE: “Beneficiária do ato irregular” ao receber terreno público como doação

Parecer do TCE-RN contradiz Kátia Pires e afirma que ela foi “beneficiária do ato irregular” ao receber terreno público como doação na gestão do ex-prefeito de Parnamirim Raimundo Marciano

Ao contrário do que a vice-prefeita de Parnamirim Kátia Pires afirmou em nota sobre o recebimento de um terreno doado pela gestão do ex-prefeito Raimundo Marciano, um parecer técnico (veja aqui) relativo a um processo que tramita no TCE (veja aqui) reafirma que ela foi “beneficiária do ato irregular”.

Ao contrário do que a vice-prefeita de Parnamirim Kátia Pires afirmou em nota sobre o recebimento de um terreno doado pela gestão do ex-prefeito Raimundo Marciano, um parecer técnico (veja aqui) Kátia chegou a dizer em nota (veja aqui) que o ato foi uma espécie de regularização fundiária que aconteceu após ela adquirir o terreno de um particular, mas o parecer é claro ao desmentir a vice-prefeita de Parnamirim.

De acordo com o documento (veja aqui), dois critérios deixaram de ser observados pelo ex-prefeito: os critérios de escolha dos beneficiários e a justificativa do interesse público por trás das doações.a um processo que tramita no TCE (veja aqui) reafirma que ela foi “beneficiária do ato irregular”.